Pra começar isso aqui, vamos por algo que está sendo aguardado por muita gente (eu inclusive): a animação em computação gráfica que promete ser tudo o que os longa-metragens americanos não foram: Resident Evil Degeneration (ou Degeneração, como ficou mesmo na tradução).
A sinopse conta o seguinte: após 7 anos dos eventos de Racoon City, um incidente bioterrorista assola o aeroporto de Harvardville, onde Claire Redfield, uma das protagonistas de Resident Evil 2, desembarca para encontrar-se com membros de uma ONG que ela trabalha, a Terra-Save. O incidente começa com uma infecção causada pelo T-Virus, que transforma as pessoas em zumbis, no terminal do aeroporto. Para lidar com o caso, enviam Leon Scott Kennedy, outro protagonista de Resident Evil 2, o que acarreta em um inesperado reencontro entre ele e Claire. Juntos, eles irão novamente buscar a verdade por trás do incidente, já que a responsável pela criação do T-Virus, a Umbrella Corporation, faliu.
Pois bem. Após essa sinopse, meu esquema de resenha vai ser o seguinte: comento a coisa no geral, coloco o que achei que são os prós e contras, e dou meu veredito. Vamulá!
Pra quem viu os vários trailers, essa sinopse só ajuda a acharmos que teremos um repeteco de Resident Evil 2. Bem, felizmente, o filme foi um pouquinho (um pouquinho só!) além disso. E isso é muito bom: o trailer vendeu exatamente o que estavam prometendo para nós.
O começo do filme é aquele mesmo dos trailers, em que há um ataque de zumbis no aeroporto. E nisso o trailer engana um pouquinho: dá a entender que o filme vai passar inteiro ali, mas não é o que acontece. Essa é só a introdução do filme. Depois de um tempo, é que o verdadeiro enredo do longa começa a se desenrolar, e acabamos chegando ao laboratório da tão falada Wilpharma. E é lá que, literalmente, o bicho pega!
Depois da introdução alucinante (com o fan-service no talo, coisa que se prolonga pelo filme inteiro), o intervalo até os acontecimentos no laboratório é um pouco morno, mas ainda assim interessante, principalmente pro entendimento da trama toda.
E, quando acontece a sabotagem do laboratório, aí sim, é Resident Evil na veia! Hell yeah, bitch!
Enfim, vou comentar o mais legal: o fan-service. Na época do lançamento do filme de Resident Evil (que aqui colocaram um subtítulo desnecessário e quase ridículo, "O Hóspede Maldito"), eu fui um dos que engrossou o coro de que não teria graça NENHUMA ver na tela exatamente o que eu via nos jogos, já que, assim, pra onde ia a novidade? E pior, ia pagar duas vezes pela mesma coisa? Enfim.
Gostei do filme e talz (e é o único que presta da "franquia"). Mas, claro, ficou aquela impressão de que "não captaram a essência da coisa". Mania dos gringos (vide o que fizeram com os filmes de Street Fighter e Mario Bros. nos longínquos anos 90...).
Aí, vem esse RE Degeneration, e, bixo... é legal ver como os japoneses SE IMPORTAM com os consumidores deles, independente de onde são! O que, pra mim, não deveria ser nenhuma "cortesia": já que a gente sustenta essa cambada, não fazem mais que a obrigação (né, Microsoft Brasil!). O tempo inteiro em que passava o filme, eu ficava pensando: "Puta merda, será que é TÃO DIFÍCIL ASSIM os gringos captarem legal a essência do jogo? Ou será que eles acham MESMO que todo mundo que assiste filme é adolescente retardado?!?" O tempo inteiro eu ficava desejando que os filmes lançados não existissem se, no lugar, pudessem colocar esse aqui, só que filmado mesmo, com atores e tal, e não um desenho em CGI.
Enfim, falar primeiro dos prós: uma história bem-amarrada (o que é algo essencial em um filme, ainda que dispensável em um jogo - vide Resident Evil 4 e sua clichezenta e "quase-nada-a-ver" história que por pouco não destruiu a identidade de RE - e sua ligação direta com os acontecimentos dos jogos não compromete), boas atuações do elenco de voz, o que aumenta a identificação com os personagens, principalmente dos dois veteranos supra-citados, e ótima narrativa, sendo que até a parte mais morosa, que é depois do início e antes do meio, segura bem o tranco.
Agora, hora de descer o pau! Primeiro, o pior aspecto do filme, e que é algo que deve ter chamado a atenção de muita gente também: a qualidade da animação. Loooooooonge de ser ruim, mas, de certa forma, é broxante ver um negócio tão descarado de artificial pra uma narrativa tão cinematográfica (já falei que, se fosse isso aqui filmado, ia ser top? =P). A captura de movimentos ficou boa, mas tem horas que é visível que é um boneco animado, como no final, em que mostra Leon de baixo pra cima, com a sua característica idumentária de RE 4, e sua postura não está nem um pouco natural. Por outro lado, o cenário e as criaturas ficaram no jeito (como o monstro no final e a hora que entram no jardim do laboratório, é muito bem feito!).
Já o áudio, sério, é como se estivéssemos mesmo vendo um filme, mas tem hora que, não sei se por causa da atuação ou da edição, a voz do Leon parece baixa (já que ele tem uma voz grave e ainda fala austeramente, aí...). Mas nada que prejudique.
Resumindo tudo, eu recomendo mesmo o filme, mesmo àqueles que são estranhos à série. Quanto aos fãs, promessa de ser tudo o que os filmes não foram cumprida com louvor, portanto, sem dó, numa escala de zero a dez,
nota 9!
Hail!
